segunda-feira, outubro 24, 2005

Por ideologia, falta de ideologia ou pelo mais simples erro na digitação, hoje no Brasil cerca de 1,5% da população votante no referendo contra a venda de armas e munição me acompanhou no voto: 3, o nulo.

Respeito quem votou tanto a favor ou contra. E justamente por considerar os dois lados tendo prós e contras nas suas respectivas campanhas preferi a abstenção participativa de um voto anulado.

Anulado mas considerando que já que se gastou mais de R$600 milhões com essas campanhas e tudo que as movimentou... fica também no meu voto um pequeno protesto contra o referendo em si. Não que eu não concorde com a idéia do povo decidir algo além dos principais governantes do país. Pelo contrário, acho interessante sim, e bem democrático. Mas seria interessante se tivessem aproveitado essa ocasião para votar em outras questões. Por exemplo, nas eleições do ano que vem vamos votar em Presidente, Deputado Federal e Estadual, Senador e Governador. São cinco votos e dúvido que a metade da população lembre de todos que votaram nas últimas eleições em 2002. Podiam ter aproveitado toda essa mobilização para votar em outras questões de interesse público e que geram alguma polemica. E são muitas... uma delas poderia ser até sobre corrupção, que estava tão em alta antes da discussão gerada pelo referendo, e agora parece um pouco encoberta, com aquele cheiro de pizza no ar.

Bom, fato é, coicidencia ou não logo depois do resultado que acusava a vitória do Não no referendo aqui no meu bairro começou um tiroteio muito do sinistro. Isso na verdade acontece de vez em quando aqui. Mas esse tinha cara de comemoração.. ou de guerra civil, sei lá. Estranho é que a vitória do sim interessava muito aos bandidos, que certamente ganhariam mais alguns compradores de armas no mercado negro, assim como compram drogas se acharia mais armas por aí nas esquinas sobrias e nas subidas dos morros (além de teoricamente ter menos gente armada pelas ruas e casas assaltaveis). Mais um tiroteio aqui e a bela utopia de um país sem armas e de um mundo melhor parece mais distante, infelizmente.

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